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   <>Mem�rias P�stumas de Br�s Cubas - Machado de Assis - Realismo


Com Mem�rias P�stumas de Br�s Cubas, publicado em 1881, Machado de Assis inaugura o realismo nas letras brasileiras. A partir dessa obra ele se revela um arguto observador e analista psicol�gico dos personagens.
O ritmo da obra � lento, com v�rias digress�es e narrado de maneira irreverente e ir�nica por um "defunto autor" (e n�o um "autor defunto", como podem pensar). Br�s Cubas, por estar morto, se exime de qualquer compromisso com a sociedade, estando livre para critica-la e revelar as hipocrisias e vaidades das pessoas com quem conviveu.
Br�s Cubas vai contando a sua vida e contando os v�rios epis�dios que viveu. Conta sobre a prostituta de luxo espanhola Marcela, que o amou "durante quinze meses e onze contos de r�is". Para livrar-se dela, os pais de Br�s Cubas decidem manda-lo para a Europa. Volta doutor, em tempo de ver a m�e antes de morrer. O seu amigo de escola Quincas Borba:

"Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha inf�ncia,
nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso,
inventivo e travesso"


E quando ele o reencontra anos depois:

"Aposto que me n�o conhece, Senhor Doutor Cubas?
disse ele.
N�o me lembra...
Sou o Borba, o Quincas Borba. (...)
O Quincas Borba! N�o; imposs�vel; n�o pode ser. N�o podia
acabar de crer que essa figura esqu�lida, essa barba pintada
de branco, esse maltrapilho avelhentado, que toda essa ru�na
fosse o Quincas Borba. E era."


Pouco depois Quincas Borba aparece rico e fil�sofo, herdeiro de uma grande fortuna e propagador do Humanitismo.
O seu projeto pol�tico nunca alcan�ou, muito bem explicado no cap�tulo 139:

"De Como N�o Fui Ministro d'Estado
............................................................
............................................................
............................................................"


O amor por Virg�lia, o caso extra-conjugal que teve com ela, e a alegria de ter um filho:


"L� me escapou a decifra��o do mist�rio, (...) quando Virg�lia me
pareceu um pouco diferente do que era. Um filho! Um ser tirado do meu
ser! Esta era a minha preocupa��o exclusiva daquele tempo.
Olhos do mundo, zelos do marido, morte do Viegas, nada me
interessava por ent�o, nem conflitos pol�ticos, nem revolu-
��es, nem terromotos, nem nada. Eu s� pensava naquele
embri�o an�nimo, de obscura paternidade, e uma voz secreta
me dizia: � teu filho. Meu filho! E repetia estas duas palavras,
com certa voluptuosidade indefin�vel, e n�o sei que assomos
de orgulho. Sentia-me homem."


A crian�a morre antes de nascer, e os amantes se separam. A irm� arranja-lhe uma noiva, Eul�lia, que no entanto, morre v�tima de uma epidemia.
Sem conseguir ser pol�tico, Cubas em busca da celebridade tenta lan�ar o emplastro Br�s Cubas, porem v�m a falecer de pneumonia antes de realizar o seu intento.
O �ltimo cap�tulo � bastante elucidativo:

"Este �ltimo cap�tulo � todo de negativas. N�o alcancei a
celebridade do emplasto, n�o fui ministro, n�o fui califa, n�o
conheci o casamento. Verdade � que, ao lado dessas faltas,
coube-me a boa fortuna de n�o comprar o p�o com o suor do
meu rosto. Mais; n�o padeci a morte de Dona Pl�cida, nem a
semidem�ncia do Quincas Borba. Somadas umas coisas e
outras, qualquer pessoa imaginar� que n�o houve m�ngua nem
sobra, e conseguintemente que sai quite com a vida. E imagi-
nar� mal; porque ao chegar a este outro lado do mist�rio,
achei-me com um pequeno saldo, que � a derradeira negativa
deste cap�tulo de negativas: N�o tive filhos, n�o transmiti
a nenhuma criatura o legado da nossa mis�ria."



O mais importante da obra Mem�rias P�stumas de Br�s Cubas certamente n�o � o enredo e sim a linguagem utilizada por Machado de Assis. A den�ncia t�cita da sociedade, por meio da leve ironia e humor.

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